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Mensagens

A mostrar mensagens de março, 2020

Medidas de prevenção na clínica...

Na clínica local onde fazemos tratamento somos considerados doentes crónicos. Inicialmente começaram por dar uma espécie de formação de como lavar bem as mãos e os cuidados que devemos ter. Numa segunda fase, passaram a medir-nos a temperatura logo à entrada e durante o tratamento, quem se encontrasse com tosse teria de usar mascara.  Ontem as medidas foram mudadas. Antigamente só quando saia o turno todo da tarde, por volta das 17: 30h entravamos nós. Agora funciona assim: a gente pode começar a entrar às 17: 00h, na entrada, vêm a temperatura e dão-nos uma máscara, que teremos que manter todo o tratamento. Somos ligados não pela ordem estabelecida desde sempre mas sim conforme fomos chegando e a nossa máquina esteja pronta.  O ar condicionado está completamente desligado, de forma a não haver partículas pelo ar. Quando acabamos o tratamento, só podemos sair da sala, quando quem nos vem buscar se encontre à porta da clínica. Nos cacifos só entra um doente de cada ve

Esta falsa paz...

Que me persegue desde o início do ano, tem dias em que se transforma em algo mau, muito mau. Mau estar, impotência em realizar pequenas coisas, ansiedade, medo, receio, falta de fé, falta de esperança. É nesses dias que me sinto perdida. Posso estar ocupada a fazer algo, mas o meu pensamento está vazio, navega longe e a maior parte das vezes nem sei por onde, é como se fixasse um ponto no horizonte e não visse nada. A esses dias eu chamo-lhes os dias do vazio a esses e àqueles em que olho no espelho bem dentro dos meus olhos e não me reconheço. Vejo aquela imagem, aquela rapariga e não me reconheço, falta algo, falta vida, luz, alegria, falta tanta coisa que chego sempre à mesma conclusão "está não sou eu". Pois e não sou mesmo. Dói, dói imenso não te reconheceres no espelho, dói imenso sentires o vazio do teu olhar e da tua alma. Depois todos os dias lutas contra isso, tentas manter a mente ocupada para não pensares nisso. E o pior mesmo é quando as pessoa

Éramos tão felizes e nem sabíamos...

Não me perguntem porque, mas a cada dia que passa esta frase passa muitas vezes pela minha mente. Será porque estamos a passar tudo isto? Será que o isolamento nos deturpa a mente? Não sei , não mesmo. Tinha esperança que 2020 fosse ser um bom ano. Não começou da melhor maneira para mim, por causa da operação e das complicações, por causa de ter entrado num estado de apatia, de falta de gosto por tudo. Tudo junto, tem dias que é desesperante, outros tento nem sequer pensar no assunto. As minhas únicas saídas são para ir ao tratamento, de resto tenho estado em casa. Passo a ferro, cozinho, vejo filmes e séries, leio, pinto, limpo e ando nisto, um dia atrás do outro. Ontem fizemos vídeo chamada, eu e as amigas. Nem sempre temos horários compatíveis para poder fazer. Falamos muito por mensagem, mas ouvir a voz, a gargalhada, já deu para matar um bocadinho as saudades. Mas o que eu sinto falta, mesmo muita falta é dos abraços , ai que saudades que eu tenho. Olho

"O regresso da Primavera" de Sveva Casati Modignani...

"Passamos muito tempo a perseguir sonhos que nos escapam da mão, uma felicidade que não se deixa aprisionar. E depois acontece que o melhor da vida se revela num instante, talvez na magia de um encontro inesperado. Como aquele que aconteceu entre Lorenzo e Fiamma, surpreendidos por um amor que nem mesmo eles, provavelmente, acreditavam ser ainda possível. Lorenzo Perego, um homem fascinante e culto, é professor de Geografia Económica numa escola profissional de Milão. Poderia ter escolhido um estabelecimento de maior prestígio, mas o ensino é a sua paixão e ajudar jovens com talento numa realidade difícil e muitas vezes desoladora é um desafio que o entusiasma e enriquece. Fiamma Morino, com pouco mais de 40 anos, é diretora editorial de uma pequena editora de sucesso que ela própria fundou. Agora que a editora está prestes a sofrer uma drástica mudança de gestão, com que Fiamma não concorda, está disposta a tudo para a defender e continuar a garantir o cuidado e o amor

Tardes de domingo...

Pinturas... Para descontrair... Para passar o tempo... Para não pensar na desgraça que anda por este mundo, principalmente no nosso país... Medo, muito medo e cansaço é o que sinto...

A minha mãe é pior que a tua #13...

Aqui à três semanas fui levantar um exame que tinha feito. Resolvi ir a um café que fica nessa direção. Entrou um senhor a vender uns calendários com um sotaque diferente. Disse-lhe que não queria e ele disse "ter fome" e eu vou ser sincera aí eu olhei para ele e disse "tens fome? e ele a abanar a cabeça a dizer que sim, "e eu disse eu pago para tu comeres, mas é para comeres cá, entendes-me?" Ele abanou a cabeça a dizer que sim e disse "um bolo e um sumo?"  E eu disse "o que quiseres, senta-te numa mesa que a menina já te atende". Disse à menina que eu pagava o que ele consumisse ao que ela me responde "sempre que alguém lhe paga ele como o mesmo, um pastel de chaves e um compal" e eu disse "ok, pode dar que eu pago". No fim de comer veio agradecer e eu disse que não era preciso que fosse descansado. Escusado será dizer que a minha mãe começou logo com as suas teorias, "ele é adulto, é maior do

Lá vou eu ser a ovelha ranhosa da família...

Ou pelo menos os parentes. A Páscoa, costumava ser cá em casa, à dois anos que é em casa da minha tia. E como sempre tudo aponta nesse sentido este ano. Agora entro eu em cena, que já avisei aqui em casa, que não vou almoçar a lado nenhum no dia de Páscoa. Mesmo que daqui até lá as coisas melhores, o que sinceramente eu duvido, acredito plenamente que vai é piorar, eu não vou por a minha saúde à mercê do capricho dos outros. Onde as pessoas fumam em ambiente fechado onde muitos não sabem sequer o que é lavar as mãos, quanto mais ter alguma higiene. Acima de tudo neste momento estou eu, doente crónica de risco, com asma e com tosse alérgica nesta altura por causa do pó amarelo, a seguir os meus pais e irmão, sobrinho e cunhada, o resto são parentes e sinceramente só o facto de imaginar que não poderá haver almoço de Páscoa faz-me sentir feliz. Posso estar a ser egoísta, mas não vou correr o mínimo risco, por quem não vale a pena e não, não estou traumatizada com o vírus,

"Viver duas vezes"...

Adorei ver este filme. Não apenas pelo tema que trata, a doença de Alzheimer, mas pela história. A degradação da doença e a maneira como evolui tão rapidamente, deixou-me a pensar em como realmente não somos nada. Tudo se acaba. O facto de abordarem também a doença da menina que tem mobilidade reduzida, acrescentou ainda mais valor e encanto ao filme. Gostei muito do filme e a verdade é que também chorei bastante.

Opções que tomei devido ao vírus...

Neste momento, em que o nosso país está a lutar contra um vírus grave, sendo eu doente crónica, em tratamentos para viver, tive que pôr o pé no travão e pensar o que é melhor para mim. Sim além dos cuidados de higiene e da lavagem de mãos frequentes, decidimos cá em casa, que não irei para os tratamentos nos próximos tempos de ambulância. Não posso facilitar o meu estado débil, perante a falta de interesse de uma corporação de bombeiros, que insiste em colocar os doentes em hemodiálise, junto com fisioterapias e sabe-se lá mais o que. Quarta-feira fui a viagem toda com a cara tapada com o cachecol, porque iam duas senhoras para a fisioterapia a tossir sem fim. Sei que a lei diz que os doentes em hemodiálise devem de ser transportados sozinhos, apenas com colegas de tratamento, grande culpa disto também é minha e dos meus colegas que sempre facilitamos o trabalho dos bombeiros aos levar mais pessoas, de forma a rentabilizar as viagens. Mas neste momento, em que a situação é g

"Imortal" de José Rodrigues dos Santos...

"Um cientista chinês anuncia de surpresa o nascimento de dois bebés geneticamente modificados. Logo a seguir é raptado. A imprensa internacional interroga-se, os serviços secretos mexem-se. Tomás Noronha é interpelado em Lisboa por um desconhecido. Pertence à agência americana de tecnologia, DARPA, e revela-lhe um projeto secreto inspirado no Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci. De repente, o apartamento onde ambos se encontram explode e o metro para onde fogem sofre uma colisão mortífera. O mundo parece enlouquecer e Tomás torna-se testemunha do maior acontecimento da história da humanidade. Transcendência. A nova aventura do grande herói das modernas letras portuguesas mostra-nos o momento em que a máquina supera o homem. A Singularidade. Estará a humanidade à beira do fim? Ou perante um novo início? Baseado na pesquisa científica mais avançada, José Rodrigues dos Santos mostra-nos como a ciência está perto do seu maior feito: acabar com a morte. Como viv

Como funciona a parte das consultas no hospital de Gaia com toda esta confusão...

Pois hoje tinha uma consulta, no hospital. Quero dizer, tenho ido todas as quartas-feiras ao banco de sangue, mas é mais resguardado, desta vez era mesmo no pavilhão das consultas, que costuma ser uma espécie de confusão. Inicialmente algumas enfermeiras diziam que iam ser adiadas, a verdade é que recebi a sms da convocatória. E lá fui eu. Tens que se dar os parabéns porque estavam extremamente organizados, não é só criticar. Primeiro só entra no pavilhão, quem vai à consulta, acompanhantes ficam cá fora, logo como podem calcular área dos acompanhantes estava repleta e lá dentro tudo na boa. Tirei a minha senha, numa das salas que costuma estar a abarrotar de gente estavam dois senhores e eu, mal me sentei, a médica chamou logo. Nos corredores só auxiliares a limpar, não se vê doentes nem mais pessoas. Não demorei 10 minutos a estar cá em baixo na saída. Confesso que estava com algum receio, porque sei bem que é um pavilhão sempre com muita gente, mas sim senhora est

13 anos que este cantinho faz este ano...

13 é um número amado por muitos e odiado por outros. Existem quem diga que é o número do azar, cá entre nós, eu até tenho uma certa "paixão" pelo número 13. Este ano o blogue faz 13 anos. Por aqui já passou tanta coisa, paixões, desilusões, lutas a nível de saúde, momentos materialistas, alguns sonhos, muitos desabafos, sim porque este blogue, foi criado com esse intuito, desabafar, escrever o que eu quiser, quando quiser e da maneira que quiser. Porque para regras e restrições já chega a vida. Graças ao blogue já tive oportunidade de conhecer vidas fascinantes, algumas desapareceram, poucas sobreviveram. Como eu adorava esses blogues. Em 13 anos aconteceu tanta coisa, e sem dúvida que este blogue demonstra isso, como em 13 anos a minha vida deu voltas e voltas. Fico muito feliz por quem ainda me acompanha, claro que isso me deixa feliz, mas principalmente por saber que posso vir aqui escrever à vontade. Que dure muitos mais anos, é sinal de que eu ainda vo

"Fractured"...

Se eu vos contar que este filme deixou-me no "meio da loucura", seria uma forma simpática de dizer o que senti. Houve um momento em que já nem conseguia pensar, raciocinar. É um filme muito complexo e sinceramente de difícil compreensão. Não é aquele filme em que estamos habituados a que tudo seja evidente. Além de que é um bocadinho grande, ou seja, passei o filme todo a "arranjar" teorias possíveis para o que estava a ver. Não desgostei, mas que mexe com os neurónios, lá isso mexe e bem.

E fica tudo a olhar para mim...

Já há algum tempo que tenho alguns cuidados de higiene extra, no que diz respeito as mãos. Porque graças a Deus o que não falta no hospital são bactérias. Vai daí, desta estadia um pouco mais prolongada reaprendi a ter novos hábitos, como lavar as mãos mais vezes, deitar desinfetante e por aí fora. Também não nego que esta coisa do vírus que anda para aí me liga os sensores de ter mais cuidados. Ontem ao entrar num elevador, carreguei no número para o piso que queria ir com o cotovelo, escusado será dizer que ouvi uma voz a dizer "ah ah tem medo da corona?" eu sorri e disse "naaaa". Já à algum tempo que nas escadas rolantes não coloco as mãos naquela beira. Ontem ia a descer umas escadas para o parque, o piso estava escorregadio e eu para me agarrar usei um lenço de papel cheguei ao fim e deitei o lenço no lixo, escusado será dizer que quem passou ficou a olhar para mim. Fui ao wc no el corte inglês, saí lavei as mão e claro ditei o meu desinfetante

"Fala-me de um dia perfeito"...

É um filme que deveria de ser obrigatório toda a gente ver. Inicialmente até pode parecer de certa forma inocente e sem grande sentido, mas ao longo do filme, vai ensinando muita coisa. Fez o meu coração sorrir pela simplicidade do filme mas pela grande lição que transmitia. E fez-me chorar, pelo fim que teve. Vi no tratamento e deixei escapar algumas lágrimas e ai desliguei logo, não queria que me vissem chorar, não agora nesta fase da minha vida. Então voltei a ver a fase final em casa, sozinha e sossegada e chorei, sim chorei muito, pela história, pela grande lição que nos dá. E pensei, neste momento não teria nenhum dia perfeito para poder partilhar com quem quer que fosse e desejei com todas as minhas forças, ter a fé e a força de tornar cada dia um dia perfeito, no sentido em que me possa fazer lembrar de algo que me marque e que me faça sorrir.

Olá Março...

Sê bem-vindo! Teria uma lista imensa de coisas para te pedir, mas sei que é demais. Por isso traz cor e alegria novamente para a minha alma, tira-me destes dias de tristeza. Deixa-me ser a miúda que era antes disto tudo. E como sempre paz, quero e preciso de muita paz. É tudo o que te peço, devolve luz à minha alma por favor e um sorriso ao meu rosto. Esta luta diária está a ser um fardo muito pesado para mim.