Aqui à três semanas fui levantar um exame que tinha feito.
Resolvi ir a um café que fica nessa direção.
Entrou um senhor a vender uns calendários com um sotaque diferente.
Disse-lhe que não queria e ele disse "ter fome" e eu vou ser sincera aí eu olhei para ele e disse "tens fome? e ele a abanar a cabeça a dizer que sim, "e eu disse eu pago para tu comeres, mas é para comeres cá, entendes-me?"
Ele abanou a cabeça a dizer que sim e disse "um bolo e um sumo?"
E eu disse "o que quiseres, senta-te numa mesa que a menina já te atende".
Disse à menina que eu pagava o que ele consumisse ao que ela me responde "sempre que alguém lhe paga ele como o mesmo, um pastel de chaves e um compal" e eu disse "ok, pode dar que eu pago".
No fim de comer veio agradecer e eu disse que não era preciso que fosse descansado.
Escusado será dizer que a minha mãe começou logo com as suas teorias, "ele é adulto, é maior do que tu, esta fortezinho, não me digas que tem fome, blá, bla, blá".
E eu disse "e o facto de ser adulto e forte não tem que ter fome, poupa-me sim"
E veio o caminho todo a chatear-me a cabeça que se tinha fome comia um pão e bebia um café.
Desta vez já não me pronunciei.
Ela chegou a casa e descarregou a história ao meu pai e de seguida acrescentou os pormenores todos que já referi anteriormente, tudo sem ser à minha frente mas eu consegui seguir a conversa.
Depois o meu pai disse "fez muito bem a miúda, que interessa se o senhor é forte sabes lá se ele tem fome, e se a menina do café diz que quando alguém lhe paga algo para ele comer come sempre isso e outra coisa afinal de contas estas tão incomodada porque? Não foi a miúda que pagou, estas com esta conversa como se fosses tu que tivesses pago".
E a conversa ficou por aí.
Sim eu sei, e sou assim mas a minha mãe infelizmente é incapaz pagar o que quer que seja a quem não conhece.
Ainda bem que não somos iguais nessas coisas.
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