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Estes dias alguém perguntou-me...

"Conta-me, como consegues ter tanta paciência, para vires para a clínica? Como consegues colocar um sorriso no rosto sabendo qual vai ser o teu fim?"

Como é que eu consigo? (ah ah ah ah)

Por acaso existe outra opção???

Não, não existe e das duas três, ou vou minimamente de bom humor, e ocupo as minhas 4 horas de tratamento  com leitura e a ver séries e filmes, ou fico louca de vez a pensar no que realmente é a minha vida, e isso eu não queria muito sinceramente.

Sei que para quem está de fora é difícil de entender, até para mim, apesar de isto ser uma rotina, tem dias que sabe Deus o que eu passo por ter que ir para lá.

Mas o que é que eu posso fazer? Nada.

Que alternativas tenho? Nenhumas.

Perante este cenário o que é que eu tenho que fazer?

Simples, seguir em frente, estar ocupada, sim manter a mente ocupada ajuda imenso, faz com que não pense no que não devo.

Sei qual é o meu fim, mas não sei como vai ser, já presenciei muitos fins... os dos meus colegas... já perdi um turno inteiro de pessoal dos  tratamentos para a morte, de 17 sobrei eu, mas a morte de cada um foi diferentes... uns mais sofridos do que outros, se eu pudesse escolher? Bem escolheria um fim em que não sofresse e de preferência que não fique a dar trabalho a ninguém.

Se muitos dias desejo o fim disto? Sim desejo, mas também sei, que no meu caso específico o fim disto significa o fim de tudo, o fim da vida. Dadas as circunstâncias tenho que me agarrar à minha única opção, tão simples quanto isso.

Quem me derá...

Quem me dera que existissem outras opções, mas infelizmente não existe... é a vida.

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